Ceir cria boneca com deficiência para promover inclusão

2 (1)

As bonecas são uma das principais referências para uma criança. Mas o que fazer quando não há nenhuma boneca que a represente? Criar uma. Foi o que um grupo de psicólogos e pedagogos do Centro Integrado de Reabilitação (Ceir) fez. Eles criaram a Lili, uma boneca que carrega órteses em uma das pernas e na mão.

“Compreender as diferenças pode ser complicado para um adulto, imagina só para uma criança? Após conversas com as mães e responsáveis por nossos pacientes sentimos a necessidade de criar a Lili. Percebemos que fica muito mais difícil a aceitação das diferenças quando brinquedos não representam o que nossas crianças realmente são”, diz a psicóloga Marta Soares.

Ravena Vitória tem 3 anos e foi diagnosticada com paralisa cerebral. Ela não anda e tem má formação nos pés e na mão. Mas, em breve, irá receber uma órtese que ajudará no seu processo de reabilitação. E, para que ela não tenha rejeição ao uso desse dispositivo, o grupo psicopedagógico do Ceir conta com o apoio da Lili. “Ravena olha para Lili, olha para si, olha para seus coleguinhas de grupo e, através do mundo mágico do brincar, começa a se sentir representada”, explica Rosali Soares, mãe de Ravena.

Aderson Luz, superintendente multiprofissional do Ceir, acredita que a inclusão da boneca Lili no convívio com as crianças é uma bela forma de ensinar valores e de ter respeito aos outros e pela diversidade. “Algumas crianças têm dificuldades em aceitar com naturalidade as diferenças, então, nada melhor do que inserir brinquedos com deficiências no cotidiano delas para facilitar a aceitação, com naturalidade, das diferenças”, finaliza o superintendente.


Texto: Andressa Kerllen – Comunicação Reabilitar