Pacientes e colaboradores do Ceir recebem orientações de combate ao tabagismo

Considerado por especialistas como um dos grandes vilões do sistema público de saúde, o tabagismo foi tema de palestra e bate-papo, na manhã desta quarta-feira (12), no hall de entrada do Centro Integrado de Reabilitação (Ceir). O evento teve como público-alvo pacientes, acompanhantes e colaboradores do Centro.

De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o tabagismo é o principal fator de risco de 14 tipos de cânceres e contribui para a morte de 7 milhões de pessoas anualmente por causas variadas relacionadas ao cigarro.

DSC_0223A ação contou com a presença do psicólogo Raul Rios, responsável técnico do Programa de Tratamento do Tabagismo do Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí, que foi parceiro da Associação Reabilitar, através do setor de Controle de Qualidade, na promoção do evento. O psicólogo também abordou as relações de dependência, tanto psicológicas como físicas, além dos riscos para os fumantes passivos.

“Existe uma relação de dependência relacionada ao emocional e a sintomas físicos. As reações físicas como tosse, irritabilidade e outras duram de 15 a 20 dias, mas o mais difícil para a pessoa é a dependência emocional, pois ela vê o cigarro como um companheiro, o que é uma forma de humanizar o vício. Por isso, é preciso alertar que o cigarro é uma coisa e que sua falta pode ser compensada com a presença de pessoas. Pessoas são companheiras e não coisas”, reforça Raul Rios.

Na ocasião, os participantes, em sua maioria fumantes e ex-fumantes, receberam material educativo e foram orientados sobre os diversos aspectos psicológicos, sociais, as formas de dependência e os danos causados à saúde, principalmente do homem, que integra uma pequena parcela da população que busca tratamento para parar de fumar.

Paciente do Ceir e ex-fumante há mais de 20 anos, José de Alencar da Silva, de 76 anos, diz que teve que largar o cigarro após orientação médica e que, durante a palestra, tirou diversas dúvidas, especialmente em como lidar com a memória do vício. “Eu chegava a fumar 3 carteiras de cigarro em apenas um final de semana, mas isso começou a afetar meus pulmões. O médico disse que se eu quisesse mais uns dias de vida teria que parar. Hoje, ainda sonho em fumar. Deixar o vício é bom, mas esquecer ainda é muito difícil”, confessa.

Ao final do bate-papo, os interessados foram orientados em como procurar ajuda junto ao Programa de Tratamento do Tabagismo do Hospital Universitário. A iniciativa integra a Política Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT), articulada pelo Ministério da Saúde.

O objetivo é reduzir a prevalência de fumantes e a consequente mortalidade relacionada ao consumo de derivados do tabaco. Para participar, os fumantes precisam se cadastrar, pessoalmente ou pelo telefone (86) 3228 5353. O tratamento dura um ano.


Texto: Lourdes Pereira – Comunicação do Ceir