Pessoas com deficiência sofrem com espasticidade

Após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC) aos 26 anos, Hauena Cardoso passou a enfrentar uma doença pouco conhecida, mas que acomete muitas pessoas com deficiência: a espasticidade.

Essa doença está relacionada a qualquer lesão do sistema nervoso central, atingindo tanto crianças, que nascem com paralisia cerebral, por exemplo, quanto adultos, que sofrem traumatismo craniano em acidentes de trânsito ou derrame cerebral.

Hauena Cardoso durante fisioterapia no Ceir. (Foto: Ascom Reabilitar)

A espasticidade provoca endurecimento nos músculos do copo e contrações involuntárias com espasmos musculares. A Hauena teve os dedos dos pés direito deformados e o enrijecimento do cotovelo direito, não conseguindo mover o seu braço. “Eu sofro com a espasticidade no meu lado direito há cinco anos e já vou passar pela minha terceira cirurgia”, conta.

Mas, Hauena comemora alguns avanços. “Antes, minha mão direita era totalmente fechada, agora ela já fica aberta. E também estou conseguindo sair da cadeira de rodas para dar alguns passos, mesmo que lentamente”.

Segundo o fisioterapeuta neurofuncional Leonardo Raphael, a espasticidade provoca quadros preocupantes. “Há casos de pessoas que têm que dormir amarradas para não caírem da cama, por conta das contrações involuntárias que a espasticidade provoca”.

Por provocar também o endurecimento dos músculos, a doença atrapalha no desenvolvimento de crianças, na locomoção, na realização de atividades do dia a dia, como higienização e alimentação, e, principalmente, no tratamento dessas pessoas.

É diante disso que o Centro Integrado de Reabilitação (Ceir) está promovendo o I Simpósio de Espasticidade do Piauí. “Queremos trazer à tona, dentro da comunidade científica, o quanto a espasticidade limita a pessoa com deficiência na sua qualidade de vida e no seu tratamento”, explica o fisioterapeuta do Ceir e um dos coordenadores do evento, Leonardo Raphael.

Leonardo ainda reforça: “Vamos discutir desde os conceitos básicos da espasticidade até o tratamento mais moderno, pois muitas vezes almejamos resultados com o paciente que não é alcançado por conta da espasticidade”.

As inscrições para o Simpósio, que será realizado no dia 17 de setembro, iniciam nesta segunda-feira (22), no site www.reabilitar.org.br, e encerram no dia do evento. A taxa de inscrição será no valor de R$ 100,00 para profissionais de saúde; R$ 75,00 para profissionais do Ceir; e R$ 50,00 para estudantes, com direito a coffe break e almoço.

O Ceir possui um Ambulatório de Espasticidade com atendimentos especializados a pessoas com deficiência que sofrem com esse distúrbio neurológico progressivo, realizando aplicações de toxinas botulínicas, orientações para o tratamento e, em casos especiais, encaminhamentos para procedimentos cirúrgicos, através do Sistema Único de Saúde (SUS).


Texto: Cláudia Alves – Comunicação Reabilitar