“A música é capaz de acionar emoções, memórias e corpo. Assim, a musicalidade que existe em cada indivíduo é essencial no processo de reabilitação”. A afirmação é da musicoterapeuta Cláudia Ferraz, do Centro Integrado de Reabilitação (Ceir) e traduz a força da musicoterapia, recurso fundamental no processo de reabilitação de milhares de pessoas. Desde 2010, o Centro já realizou mais de 30 mil atendimentos por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
Celebrado em 15 de setembro, o Dia da Musicoterapia reforça a importância dessa prática nos serviços de saúde. Segundo Cláudia, a música tem o poder de conectar corpo, cérebro e sentimentos. “A gente pode trabalhar frases da música com pacientes que perderam a fala por conta de uma lesão encefálica ou AVC, por exemplo. A musicoterapia pelo SUS torna possível essa ferramenta terapêutica para pessoas com baixo poder aquisitivo”, ressaltou.
Domingos Silva, 59 anos, paciente do Ceir, afirma sentir os benefícios da terapia. “A musicoterapia me ajuda a trabalhar melhor a respiração e, assim, articular melhor as palavras. Os exercícios ajudam muito e a música completa, porque torna mais agradável”, contou.
A musicoterapeuta Simone Assunção reforça que a musicoterapia não busca a estética. O objetivo é buscar auxiliar o paciente na sua reabilitação. “A música é capaz de organizar o indivíduo. Mente, corpo e sentimentos são trabalhados ao mesmo tempo. Você conecta o paciente ao prazer e faz com que ele se sinta bem. Quando você adiciona um ritmo, uma música que você gosta, por exemplo, você consegue maior adesão e o paciente fica mais desinibido e isso facilita a chegar nas metas da reabilitação”, comentou.
Dia da Musicoterapia
Em 1991, o então governador de São Paulo, Luiz Antônio Fleury Filho, elegeu a data de 15 de setembro para celebrar o Dia da Musicoterapia. Logo foi estendido para todo o país. A prática, definida classicamente como a utilização da música – em seus elementos de som, ritmo, melodia e harmonia – em processos terapêuticos, busca facilitar e promover comunicação, aprendizado, expressão, mobilização e organização, atendendo as necessidades físicas, mentais, sociais e cognitivas dos pacientes.